Sermão Curto Sobre: O Verbo que se Fez Carne
Texto Base Lucas 2.10-14 - ARA:
10."O
anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis que vos trago boa-nova de grande
alegria, que o será para todo o povo:
11. é que
hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o SALVADOR, que é CRISTO, o SENHOR.
12. E isto
vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em
manjedoura.
13. E,
subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a DEUS
e dizendo:
14. Glória
a DEUS nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ELE quer
bem."
1. Exórdio (Introdução)
Neste domingo, 21 de dezembro de 2025, ao olharmos para o nascimento de JESUS, percebemos que não é um
"plano B" de DEUS. Na teologia calvinista, entendemos o Pacto da
Redenção, estabelecido na eternidade, onde o Pai designou o Filho para
resgatar um povo eleito. O Natal é a invasão da luz em um mundo totalmente
corrompido pelo pecado. Não celebramos apenas um bebê, mas o DEUS-Homem
que vem cumprir o que nós, em nossa total incapacidade, jamais poderíamos: a
perfeita obediência à Lei.
2. Ponto I: A Condescendência
Soberana (A Humilhação)
O texto diz que o SALVADOR foi
encontrado "envolto em faixas e deitado em manjedoura".
- A Visão Reformada:
João Calvino enfatizava que o Filho de DEUS "desceu do céu sem deixar
o céu" (Extra Calvinisticum). É o mistério da piedade.
- O REI do universo se sujeita às limitações
humanas. ELE não nasce em palácios, pois SUA glória não depende de pompa
terrena. A manjedoura é o primeiro passo de SUA humilhação, que culminaria
na cruz, para satisfazer a justiça de DEUS em nosso lugar.
3. Ponto II: O Ofício de CRISTO
(SALVADOR, CRISTO e SENHOR)
O anjo proclama três títulos
fundamentais:
- SALVADOR: ELE
vem salvar o Seu povo dos seus pecados (Mateus 1:21), não apenas de
problemas terrenos.
- CRISTO (Messias):
O Ungido. ELE é o Profeta, Sacerdote e Rei prometido.
- SENHOR (Kyrios): ELE
detém toda a autoridade. O Natal declara que César não é o SENHOR; JESUS
é. Para o calvinista, reconhecer CRISTO como SENHOR significa que não há
um centímetro quadrado em todo o universo sobre o qual ELE não proclame:
"É meu!".
4. Ponto III: A Causa
Eficiente (A Graça Soberana)
O verso 14 termina dizendo: "Paz
na terra entre os homens, a quem ELE quer bem" (ou "homens de SUA
boa vontade").
- A paz do Natal não é uma paz genérica, mas
a reconciliação entre DEUS e o homem.
- Essa paz é direcionada àqueles que são
objetos do favor imerecido de DEUS. A salvação não depende do
"querer" humano, mas da Graça Irresistível de DEUS que
regenera o coração e nos permite contemplar a glória do recém-nascido.
5. Conclusão
O nascimento de JESUS é a
prova máxima de que DEUS é fiel às SUAS promessas. ELE prometeu um Redentor em
Gênesis 3:15 e, na plenitude dos tempos, enviou Seu Filho. A manjedoura é
inseparável da Cruz e do Túmulo Vazio. O DEUS que nasceu em Belém é o mesmo que
hoje reina à destra do Pai, intercedendo por nós.
6. Aplicação
1. Humildade: Se o
próprio DEUS se humilhou para nos salvar, como podemos sustentar qualquer
orgulho ou justiça própria?
2. Confiança: Se DEUS
proveu o sacrifício perfeito por meio da encarnação, ELE certamente cuidará de
todos os detalhes da sua vida.
3. Adoração: Nossa
resposta ao Natal deve ser como a da milícia celestial: "Glória a DEUS nas
maiores alturas". O foco não é o homem, é a glória de DEUS.
Referências:
CALVINO, João. As
Institutas da Religião Cristã (Edição Especial comemorativa de 1559).
Tradução de Waldyr Carvalho Luz. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. Livro II,
Capítulo 13.
HEPP, Valentin. O
Pacto da Redenção. (Obra original de 1930). Publicado em português pela
Editora Cultura Cristã.
KUYPER, Abraham. Palestra
de Posse na Universidade Livre de Amsterdã. Discurso de 1880.
BERKHOF, Louis. Teologia
Sistemática. (Obra original de 1932). São Paulo: Cultura Cristã, 2012.
PINK, A. W. A
Soberania de Deus. (Obra original de 1918). São José dos Campos: Fiel,
2001.
CÂNONES DE DORT (1618-1619). Em:
Credos e Confissões da Igreja Reformada. São Paulo: Cultura Cristã.
SPROUL, R.C. A
Glória de Cristo. (Obra original de 1990). São José dos Campos: Fiel, 2012.

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